Jornadas Técnicas de Canyoning juntaram entidades e praticantes

II Jornadas Técnicas de Canyoning – 29 e 30 de Junho 2013

Reunião de praticantes e entidades promoveu debate sobre o âmbito de prática e as técnicas de Canyoning e assistiu a um simulacro de resgate em Canyoning operacionalizado pela equipa do Serviço Regional de Proteção Civil

DSC02136

No passado fim-de-semana decorreu a 2.ª edição das Jornadas Técnicas Regionais de Canyoning, numa iniciativa do Clube Aventura da Madeira, que contou com a presença de 30 participantes entre praticantes e alguns interessados na atividade.

O programa das jornadas iniciou-se com uma comunicação da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal, entidade que tem a tutela do estado para o enquadramento do Canyoning. A federação esteve representada pelo Dr. Rui Dantas que abordou a estratégia da nova Direção para o desenvolvimento das atividades e para a comunicação com os Clubes e quadros técnicos da Escola Nacional de Montanhismo.

A segunda intervenção coube ao João Apolinário, professor convidado da Universidade da Madeira e praticante de Canyoning, que apresentou uma comunicação abordando a sistematização do desporto e desafios de base para uma possível compreensão da modalidade.

Consulte a comunicação: “Bases para uma (possível) compreensão do canyoning”

DSC02144

A regulamentação da prática do Canyoning na Madeira e apresentação de dados estatísticos referentes aos pedidos de autorização foram apresentadas pelo Eng. Manuel Filipe, Diretor de Serviços da Direção Regional de Florestas e Conservação da Natureza. Nesta intervenção os presentes tiveram a oportunidade de apresentar algumas dúvidas e sugestões na perspetiva de alguns ajustamentos desejados pela comunidade de praticantes.

A fechar o programa de comunicações da manhã, Valter Ferreira do Serviço Regional de Proteção Civil partilhou a orgânica do serviço, a sua operacionalidade e na perspetiva dos praticantes, algumas das medidas preventivas e outras a adotar no caso de acidente e pedido de socorro. Esta comunicação suscitou uma troca de ideias no sentido de otimizar o cruzamento de informação entre entidades, no caso particular dos pedidos de autorização/informação para a realização de atividades.

No seguimento das jornadas, o grupo de participantes teve a oportunidade de assistir a um simulacro da equipa de resgate em Canyoning, que decorreu numa cascata no interior da ribeira das Cales. Todo o exercício e a experiência em atividade e treino da equipa de resgate foi apresentada por José Coelho, dando conhecimento aos presentes as faculdades e limitações do resgate em Canyoning na Madeira, sensibilizando para uma prática consciente e responsável da atividade.

DSC02174

DSC02204
O programa da tarde esteve direcionado para as temáticas técnicas e mais específicas da atividade. Antes o Parque Natural da Madeira, através dos seus colaboradores Pedro Gouveia e Jorge Câmara, alertaram os praticantes para a diversidade biológica presente na maioria dos nossos itinerários de Canyon e para um conjunto de propostas do que são boas práticas a implementar no desenvolvimento de atividades de Canyoning, na perspetiva da sua sustentabilidade.

A primeira comunicação técnica foi apresentada por Filipe Ferreira, praticante de Canyoning, licenciado em Educação Física, que numa abordagem muito interativa com os presentes, expôs um conjunto de propostas para a resolução de problemas que podem surgir no decorrer das atividades, podendo ser ultrapassados por diferentes técnicas, situação que promoveu o debate e partilha de algumas experiências.

No seguimento das abordagens técnicas, António Ferro, quadro técnico do Clube Aventura da Madeira apresentou uma comunicação sobre os tipos de equipamentos existentes nos Canyons da Madeira, abordando vantagens e pontos fracos, e os elementos físicos onde são instaladas as amarrações de segurança e progressão.

A completar as propostas de índole técnica, o Dr. Rui Dantas, experiente praticante e monitor da Canyoning partilhou duas experiências de rapel durante a prática de Canyoning realizadas num espaço temporal de 20 anos. Foi possível fazer diversas comparações ao nível da técnica, materiais e equipamentos e constatar evoluções e os contextos que influenciam a atividade.

No encerramento do primeiro dia da atividade, o praticante de Canyoning Filipe Sousa relatou a sua participação numa primeira experiência de equipamento de um itinerário de Canyoning, no caso, o troço inferior do Ribeiro Frio.

Workshop de equipamento fecha as Jornadas Técnicas de Canyoning

Na manhã de Domingo, decorreu um Workshop de equipamento de Canyons, com os presentes a terem a oportunidade de efetuar a fixação de buchas em rocha e pitons em “cerro” (formações de piroclásticos diversas abundantes na Madeira) para a realização de amarrações utilizadas durante a prática de Canyoning.

Na conclusão das jornadas foi comum entre os presentes a utilidade destas iniciativas para fomentar a discussão de técnicas e conhecimentos associados à atividade e a partilha de experiências, como forma de potenciar a evolução do nível dos praticantes e das implantações de itinerários de Canyoning na Madeira.

DSC02295

DSC02313

c

Comentários fechados.