Ribeira das Mijas Velhas – Tabua – Exploração 15 Abril 2017

Praticantes do Clube Aventura da Madeira exploram potencial da Ribeira das Mijas Velhas para o Canyoning

O itinerário situa-se na Freguesia da Tabua, concelho da Ribeira Brava e a sua exploração foi realizada Sábado, 15 de Abril 2017, entre os 1000 e os 420 metros de altitude, numa extensão aproximada de 2700m.

A parte inicial da Ribeira conta com pequenas lagoas e destrepes, existindo nas margens alguma vegetação exótica alternada com espécies da Laurissilva. O vale não é muito profundo, no entanto as margens contêm vegetação densa. Nos primeiros 200m de desnível, as maiores cascatas não ultrapassam os 20 metros, sendo necessária alguma progressão sobre blocos.

A partir da cota 800m, o Canyon torna-se mais interessante, mais encaixado com passagens estreitas, predominância de vegetação indígena, com destaque para os loureiros, tís, sabugueiros, vinháticos e algumas Ginjeiras Bravas (Prunus lusitanica subsp. hixa), árvore muito rara na Madeira. É possível encontrar nas margens menos declivosas, vestígios dos tradicionais poios e algumas plantações de castanheiros, nogueiras, cerejeiras e eucaliptos, coincidentes com algumas das possíveis saídas do Canyon.

A cerca de 700 metros de altitude surge a captação de uma levada e uma potencial saída, com um patamar exíguo, exigindo todo o cuidado numa eventual progressão de saída. Abaixo da captação da levada segue-se a mais alta cascata do itinerário com cerca de 30 metros de altura, e o parcial mais encaixado do Canyon, com o curso de água a fazer alguns meandros, passagens estreitas, pequenas cascatas, rampas e lagoas. Na parte final, nova captação para um pequeno e desafiante canal escavado na rocha, e segue-se nova cascata que não excede os 30m (única amarração equipada com plaquetes), numa vertical direta para uma pequena lagoa, seguida de um pequeno ressalto destrepável.

Antes de terminar, mais uma rampa e o rapel final com cerca de 15 metros e logo a seguir, saída para a margem direita e seguir o trilho para cruzar a ponte em direção ao caminho de acesso ao sítio da Ribeira da Tabua.

O Canyon foi percorrido em exploração, não tendo sido utilizado equipamento fixo por norma, exceto numa cascata em que as possibilidades de amarração natural não garantiam uma boa recuperação da corda, tendo sido instalada uma amarração na vertical da cascata, no lado esquerdo, com plaquetes (o acesso à amarração foi protegido pela passagem de corda num bloco do leito). As restantes amarrações ao longo do Canyon foram realizadas com anéis de corda ou fita, ou diretamente em elementos vegetais, mais ou menos recuados em relação às verticais.

O leito do Canyon apresenta em diversas passagens troncos de árvores, alguns de grande porte (árvores caídas devido a derrocadas ou pinheiros mortos), embora sem grandes ramagens, alguns necessitam da maior atenção, devido a uma estabilidade precária. O caudal era apreciável e visível ao longo de todo o canyon, no entanto, em caso de chuva, que poderá ser somente a montante (Paúl da Serra), o caudal poderá aumentar rapidamente, o que poderá alterar as condições de segurança em algumas passagens estreitas ou cascatas. A parte final, onde o vale é bastante encaixado entre vertentes de  difícil acesso, apresenta uma vegetação e ambiente aquático quase únicos entre os itinerários conhecidos na parte Sul da Madeira.

Dados gerais do itinerário

Data da exploração do itinerário para o Canyoning – 15 de Abril 2017

Descida realizada por António Ferro e Bruno Berenguer

Tempo de Atividade no Canyon: 9h/17h30

Extensão linear aproximada: 2700m

Altitude de início: 1000m

Altitude de Fim: 420m

Mais informações serão disponibilizadas após descidas complementares.

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