Jornadas Técnicas de Canyoning dão novo impulso à actividade
O Canyoning esteve em destaque no fim-de-semana, com a realização das V Jornadas Nacionais e ao mesmo tempo, a primeira edição regional de uma atividade que junta os praticantes e quadros técnicos de Canyoning, com o objetivo de partilhar experiências e conhecimentos ligados à atividade e debater novas técnicas.
A organização da Escola de Canyoning do Clube Aventura da Madeira e da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal/Escola Nacional de Montanhismo reuniu os principais praticantes de Canyoning regionais e alguns nacionais, em dois dias repletos de novas informações e técnicas.
O primeiro dia, Sábado, decorreu no salão nobre da Câmara Municipal de Santana, onde foram apresentadas diversas comunicações que abordaram a história do Canyoning em Portugal continental e na Madeira; a regulamentação dos quadros técnicos; o enquadramento de grandes grupos em Canyoning; o clima da Madeira; o equipamento das amarrações em canyoning, a informação para divulgar um itinerário, e no fim, uma parte dedicada à análise das situações de acidentes; noções básicas de primeiros socorros e uma comunicação sobre prevenção e riscos.
Esta iniciativa destacou-se pela junção de várias gerações de praticantes madeirenses e alguns continentais, com destaque para Pedro Pacheco colaborador da Diverlanhoso, reconhecido alpinista, escalador e praticante de Canyoning, e Rui Dantas que foi pioneiro da atividade na Madeira e o Director da Escola Nacional de Montanhismo, Pedro Cuiça.
A Madeira iniciou a prática do Canyoning em Portugal
No resultado desta iniciativa foram divulgadas diversas informações que até agora eram pouco conhecidas do público em geral. Na Madeira fizeram-se as primeiras descidas de Canyoning em Portugal, utilizando técnicas e equipamentos semelhantes aos actuais. A ribeira das Cales, no concelho do Funchal foi o primeiro itinerário explorado e equipado para atividade, com autoria de dois franceses, seguindo-se dias depois, a abertura do Canyon do Caldeirão do Inferno, com os mesmos elementos, mas com a integração do madeirense Rui Dantas, que viria a dar continuidade à abertura de novos itinerários na companhia de Izamberto Silva.
Numa das comunicações foi apresentada uma recolha de informação de todos os itinerários já explorados na ilha, num total de 110, feitos em toda a extensão da respetiva linha de água ou divididos em frações, de acordo com a dimensão ou acessos existentes. O concelho do Porto Moniz reúne o maior número, com 37 itinerários, segue-se Santana com 20, São Vicente com 18, Calheta com 13, Funchal com 7, Ribeira Brava 6, Machico 5, Santa Cruz 3, Ponta do Sol 2 e Câmara de Lobos 1.
De todos os Canyons conhecidos, 31 foram explorados até 1999, outros 79 entre 2000 e 2011.
O segundo dia de atividade foi dedicado a uma parte prática, restrita aos praticantes, com a realização de um workshop liderado por Pedro Pacheco, com abordagem de várias técnicas de recurso para a recuperação de cordas durante a descida em rapel. A verticalidade e algumas particularidades dos Canyons madeirenses tornam este tipo de manobras essenciais, exigindo muito treino e agilidade na sua aplicação.
Ainda foi testado um exercício de resgate de um praticante ao longo de uma vertical. No encerramento das jornadas realizou-se um almoço convívio, com a promessa da continuidade de evento de âmbito regional para o ano 2012.
Neste evento, estiveram representados os três clubes madeirenses com praticantes federados de Canyoning, o Clube Aventura da Madeira organizador do evento, o Clube Naval do Seixal e o Grupo de Campismo de Santo António.
A Câmara Municipal de Santana apoiou as Jornadas, e conta no futuro, referenciar os seus melhores e mais seguros itinerários de Canyoning, numa perspetiva de valorização do seu património natural e de oferta de atividades de Natureza e Aventura.
Brevemente serão disponibilizados alguns dos conteúdos resultantes do evento.
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